terça-feira, 28 de julho de 2009

Que palavra eu uso agora?


Triste começo para um possível triste fim. Eu simplesmente vou continuar fazendo o que tenho feito sempre - começar por você.
Tanto tempo já se passou e eu continuo aqui, detida pelos sentimentos que fazem sempre o mesmo trajeto, cujo fim sou eu, é meu coração. Eu que sempre sou pega de surpresa e desarmada, percebo que toda essa armadura não me serviria de nada, porque por mais que eu tente as sensações me esgotam de forma inexplicável quando se trata de você. Felicidade, ansiedade, dor, nostalgia, anseio, amor, amor, amor.. São apenas efeitos se colidindo, sem a previsão de um fim.
Você nunca foi tolo a ponto de não enxergar o sentimento mais puro e verdadeiro que há em mim, que transborda de mim quando estamos juntos, e eu acredito que mesmo quando eu silenciava, meu olhar deixava escaparem palavras que eu não ousei em te dizer.
Inúmeras vezes eu tentei acreditar nas coisas que você me disse, mas mesmo que eu o quisesse, era inútil. Talvez aquilo fosse demais pra mim, que te esperei por tanto tempo em silêncio, apenas aceitar suas palavras, por mais belas e doces que elas fossem, isso poderia me machucar. Isso já é um começo. Pensar em mim, nas minhas emoções afetadas. Triste começo falando de sentimentos. Voltando naquelas palavras das quais eu desacreditei e que consomem cada vez mais, buscando alguma chance de aceitação. As palavras que eu sempre quis escutar de você facilmente me soaram falsas e frias como se o seu único sentimento por mim fosse a apatia.
Foi-se um desejo, que correu e se atirou pela janela, vinte andares de queda livre, e eu não pude fazer nada a não ser observá-lo cair.
E eu não te culpo, culpo a mim mesma, pois nunca fui capaz de organizar e tornar audível todo o carinho que tenho por você, todo o colorido do deslumbramento que me vêm ao olhar pra você, olhar nos seus olhos. Eu só culpo a mim, por te amar dessa forma tão quieta no superficial e que me faz sofrer tanto no interno. E esse interno, se dependesse de mim, se manteria mudo, mas as coisas mudam e o que era oculto ganha cor, uma cor de esmeraldas que pede pra serem admiradas. Não é mais interno, é só exposto a sua aprovação... ou não.